quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Haverá alguma saída?

Para o grande pensador Immanuel Wallerstein, talvez não haja saída alguma para a crise do sistema capitalista que se manifestou nos anos de 2007 e 2008 no sistema financeiro dos Estados Unidos da América, e se propagou para a Europa e outras regiões.Wallrestein cita especialistas até mesmo favoráveis ao sistema e outros autores não contemporâneos (Kondratieff, por exemplo)[1] , para embasar sua tese firmada nas contradições dos primeiros, e possível fragilidade das teses dos segundos.
 
Nos parágrafos que seguem transcrevi alguns trechos (em letra no formato itálico) de seu muito bom artigo publicado originalmente no muito bom sítio sinpermiso.info e transcrito para o igualmente muito bom sítio Carta Maior.
 
“De vez em quando, emerge um pouco de honestidade. Em 7/8, Andrew Ross Sorkin publicou um artigo no New York Times em que oferecia “uma explicação mais direta sobre por que os investidores deixaram as bolsas de valores: elas tornaram-se uma aposta perdedora. Há toda uma geração de investidores que nunca ganhou muito”. Três dias depois, James Mackintosh escreveu algo semelhante no Financial Times: “os economistas estão começando a admitir que a Grande Recessão atingiu permanentemente o crescimento… Os investidores estão mais pessimistas”. E, ainda mais importante, o New York Times publicou, em 14/8, reportagem sobre o custo crescente de negociações mais rápidas. Em meio ao artigo, podia-se ler: “[Os investidores] estão desconcertados por um mercado que não ofereceu quase retorno algum na última década, devido às bolhas especulativas e à instabilidade da economia global”.
 
“Lembremos que a taxa de retorno, no século passado, foi o dobro do aumento do PIB. Isso poderia se repetir? É difícil de imaginar – tanto para mim, quanto para a maior parte dos investidores potenciais no mercado. Isso gera as restrições com que nos deparamos todos os dias nos Estados Unidos, Europa e, breve, nas “economias emergentes”. O endividamento é alto demais para se sustentar”.
 
“Por isso, temos, por um lado, um apelo político poderoso à “austeridade”. Ela significa, na prática, eliminar direitos (como aposentadorias, qualidade da assistência médica, gastos com educação) e reduzir o papel dos governos na garantia de tais direitos. Porém, se a maioria das pessoas tiver menos, elas gastarão obviamente menos – e quem vende encontrará menos compradores – ou seja, menor demanda efetiva. Portanto, a produção será ainda menos lucrativa (reduzindo os ganhos com ações); e os governos, ainda mais pobres”.
 
“É um círculo vicioso e não há saída fácil aceitável. Pode significar que não há saída alguma. É algo que alguns de nós chamamos crise estrutural da economia-mundo capitalista. Produz flutuações caóticas (e selvagens) quando o sistema chega a encruzilhadas, e surgem lutas duríssimas sobre que sistema deveria substituir aquele sob o qual vivemos”.
 
 
Aos poucos que visitam e leem os posts deste blogue peço que acessem o link situado um pouco abaixo, ou, se preferirem, digitem em algum sistema de busca as palavras-chave "E se não houver saída alguma", seguidas de "Immanuel Wallerstein", e acessem o texto por esse meio.

E se não houver saída alguma?
 

Os links abaixo, acompanhados de números, remetem a sítios e textos para que o leitor compreenda melhor algumas citações de conceitos, nomes, fatos históricos e outros utilizadas no texto em parte transcrito, ou mesmo em alguns de meus comentários.