sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Não haverá assistência à saúde

Os sinais vindos dos Estados Unidos nos mostram, até aqui, que uma parcela significativa dos norte-americanos não tolerará um sistema público de assistência à saúde. As últimas notícias nos dão conta da grande dificuldade por que passa o presidente Barack Obama e os que o apoiam em seus esforços para aprovar a implementação desse sistema naquele país.

Nos Estados Unidos não existe um sistema de saúde público tal como no Brasil. Por lá, segundo o que consta em diversas fontes, somente uma parte dos norte-americanos detém o direito de ter seus gastos com consultas, exames e cirurgias pagas – em parte ou na totalidade - pelo Estado através de suas filiações a um entre dois sistemas conhecidos por aqui pelas siglas Medicaid e Medicare, ou possuem seguros de saúde pagos (em parte ou na totalidade) pelas empresas para as quais trabalham.

O Medicaid é um programa de saúde do governo federal norte-americano destinado aos mais pobres, e o Medicare visa a atender esse mesmo grupo com idade a partir de 65 anos. No entanto, conforme já mencionado, ambos os programas são fortemente restritivos, não abarcando grande número de pessoas pobres nem tampouco oferecendo todo e qualquer tipo de assistência à saúde.

Assim sendo, predomina nos EUA um sistema de assistência à saúde essencialmente privado ao qual apenas os que podem pagar por ele ou trabalham para empresas que os pagam - em parte ou integralmente -para seus funcionários têm acesso. Os demais estão dependentes de que sejam admitidos em um dos dois sistemas de saúde governamentais fortemente restritivos, e que isso aconteça a tempo de suas doenças serem diagnosticadas e adequadamente tratadas. Ou, mais humilhante ainda, dependem de que entidades filantrópicas no campo da assistência à saúde os admitam em seus consultórios e hospitais e lhes assistam adequada e dignamente.

Como se não bastasse o exposto, há um grande número de norte-americanos empenhados obstinadamente em barrar o projeto de Barack Obama que tem por finalidade ampliar e melhorar o sistema público de assistência à saúde norte-americano. Estes, se se manifestam como pertencentes, eleitores e/ou simpatizantes do partido Democrata, provavelmente o são da ala liberal-conservadora desse partido – liberal não no sentido que os norte-americanos dão a esse termo, mas no do Brasil, no sentido da defesa do Estado mínimo nas áreas da assistência social, previdência e outras que a elite econômica quer privatizar ou terceirizar - , a mesma que pouco se diferencia dos adeptos das teses dos chamados falcões republicanos.

De tudo o exposto até aqui, nota-se uma muito provável manutenção das teses do partido Republicano em um governo que se pretendia de feições Democrata. Arrefece-se, com isso, a esperança de muitos de que Barack Obama seria de fato um divisor de águas no governo dos EUA.



Quem tiver tempo e disposição para a leitura de textos sobre o tema, acesse os links abaixo

Obama planeja aprovar reforma do sistema de saúde

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