domingo, 14 de junho de 2009

Os Trolls estão Soltos

Não é por nada, não, mas quem participar de algum espaço de discussão virtual que de alguma forma se opõem ao sistema de exclusão e de destruição do ecossistema (o sistema neoliberal) predominante, perceberá a ação de Trolls (plural de Troll) a serviço desse mesmo sistema. Essa ação consiste em sabotar tais espaços de diversas maneiras, pois imaginam que seus membros ofereçam algum risco a seus lucros no mundo real. Para conhecer melhor a definição de Troll, faça uma visita à página da Wikipedia e digite Troll no retângulo de busca.

Uma das estratégias de um Troll é desqualificar o seu oponente de modo a conseguir deixá-lo com muita raiva e com sua auto-estima atingida. Para obter êxito nessa estratégia, um Troll usará dos mais diversos estratagemas . Um desses estratagemas será disfarçar-se de ou imaginar-se de fato superior intelectualmente a quem quer desqualifiar e ridicularizar, exibindo fatos e teses pretensamente científicas para “demolir” seu oponente e quem ouse a se lhe opor. E o faz, claro, não poderia deixar de ser, justamente nos espaços cibernéticos onde se agrupam os opositores de suas idéias. Eu mesmo já fui vítima dessas estratégias-Troll, parte das vezes executadas até mesmo por perfis aparentemente verdadeiros, em diversos espaços de discussão (o Orkut é um exemplo desses espaços), principalmente quando era neófito no mundo das discussões cibernéticas.

Ora, se eu, vítima de um ataque Troll, não sei nada de X, nem de Y, nem de Z, supondo que essas letras abarquem todos os conhecimentos essenciais à compreensão mínima do si mesmo, da vida e do sistema ao qual estou subordinado, por que esses Trolls se incomodam tanto comigo e com quem pensa igual ou semelhantemente a mim? No campo da oposição ao neoliberalismo (ou liberalismo real, se preferir), por exemplo, somos apenas poucas dezenas de internautas que de fato se manifestam em uma ou outra comunidade de discussão virtual com chances quase nulas de influenciar de fato um número significativo de pessoas. Prova disso são as mudanças apenas cosméticas – se é que foram feitas – feitas no sistema da exclusão e da destruição do ecossistema ao longo de todo esse tempo em que existe no mundo real.

Ora (de novo), se defendemos nossas teses e contra-argumentamos as deles, Trolls, como, por exemplo, "crianças de 5 anos" (sic), qual o perigo real que oferecemos para seus ganhos no mundo das finanças? Qual o perigo real que oferecemos para os Trolls empreendedores, que trabaiam pra carai em suas empresas, exigem mais e mais reformas neoliberais e não têm tempo sequer para defenderem suas teses nos espaços cibernéticos? Ops ... , peraí ...será que não têm mesmo? Lógico que têm; e bastante, hein. Sim, pois já vi mais de um que se dizia empresário ou consultor do mercado financeiro dispor de período significativo de tempo para combater "os grandes culpados de eles não ganharem a quantia de dinheiro que poderiam estar ganhando caso não existíssemos".

Chamemos algum psicanalista de crianças, pois há adultos imaginando-se maduros emocionalmente e dizendo que as crianças são os que se opõem a sua cartilha do Único Caminho, da Única Verdade, e da Única Possibilidade de subsistência da vida no planeta Terra, mas na verdade são eles próprios as crianças birrentas e frustradas por terem seu mundo imaginário e seus quereres questionados.

Os Trolls devem ser combatidos como Trolls. Os extasiados pelo site Mises.org (site preferido de muitos liberais e anarcocapitalistas), idem (mesma coisa). Quando interrompemos o fornecimento de energia para esses defensores intransigentes do capitalismo selvagem deixando de nos abatermos e de nos enredarmos por suas estratégias, em algum momento eles caem fora. Às vezes é necessário fazê-los acreditar que sua ação foi o suficiente para “demolir” a razão de ser de eles não serem melhores do que são. Cedo ou tarde a realidade vem e lhes dá uma lição, e esta consiste na própria realidade – que eles se negam a aceitar - de  que não há pior inimigo do sistema que tanto idolatram do que eles mesmos com suas ações no mundo real, e não os inimigos imaginários que suas respectivas psiques criaram para justificar seus ganhos aquém de suas expectativas.

Observação: este artigo é uma adaptação de um "post" que escrevi em uma comunidade cibernética de discussão - comumente chamada de site de relacionamento -, o qual foi sendo lapidado aos poucos até chegar a sua versão atual.

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