domingo, 25 de abril de 2010

Revista Veja contra Filosofia e Sociologia nas escolas

Não me surpreende o fato de a revista Veja colocar-se contra o retorno do ensino de Filosofia e Sociologia nas escolas públicas, suprimidas destas durante o regime militar. De igual forma, não me surpreende o esforço do poderoso grupo econômico Abril, da qual faz parte a revista semanal, para incorporar antigas editoras de livros didáticos e paradidáticos de História e Geografia, entre outras disciplinas, tais como as editoras Ática e Scipione.  Nas linhas que seguem, explico o porquê.

Em uma frente de batalha a revista abre fogo contra a inclusão das disciplinas de Filosofia e Sociologia nas escolas secundárias e, em outra, incorpora antigas  e importantes editoras nas quais passa a poder influenciar o conteúdo ou reescrever  livros-texto de História e Geografia, por exemplo, em temas fundamentais para a compreensão de nosso mundo tais como a origem, a natureza, as características e as consequências da adoção pela maior parte dos países do mundo do sistema capitalista, especialmente da fase atual desse sistema, caracterizada pelo domínio da vertente neoliberal e da globalização.

Os cabeças-de-Veja (alusão à expressão "cabeça-de-planilha, cunhada, se não me engano, pelo jornalista Luís Nassif) desejam com veemência que os alunos aprendam muito bem matemática, física, química e biologia, para que pelo menos parte deles possa se destacar em alguma ou algumas combinações dessas disciplinas,  descobrindo, criando e/ou aperfeiçoando coisas que venham a contribuir para melhores condições e maior expectativa de vida dos  que possam pagar - frise-se - por tais coisas, materializadas em produtos e serviços a serem patenteados e colocados em mãos de grandes agentes do capital.

Importa que se foque no processo de fotossíntese, por exemplo, e na relação física e química que a luz solar desempenha nesse processo, entre outros fatores. Pouco importa a análise dos fatos, os fatos, em si, e  por que o Napalm foi aplicado na Guerra do Vietnã, pois o importante é o Napalm, em si, o lucro que ele gera, o cliente e o cérebro que o criou, já que estamos na sociedade do capital, do conhecimento e da competição, e tudo o que destoe dela fracassou ou está condenado ao fracasso.

Assim sendo, História, Geografia, Sociologia e Filosofia, entre outras disciplinas, pouco importam, pois são matérias que remetem a ideologias que, segundo a grande e esmagadora maioiria dos veículos de comunicação brasileiros da mesma linha ideológica da revista em pauta,  fracassaram, ao contrário da única ideologia que sobreviveu à passagem do tempo e propicia condições de ascensão social e econômica aos que possam obtê-las por seu próprio mérito, qual seja, a do capitalismo selvagem (neoliberalismo econômico).




Quem tiver tempo e disposição acesse o link abaixo e leia o texto na íntegra

1 comentários:

Anônimo disse...

Claro que a filosofia vai aumentar a pregação de esquerda. Bertrand Russell, Frege, Thomas Nagel, Hume, Platão, Aristóteles, Daniel Dennett, Cantor, John Searle, David Chalmers, etc. eram todos amigos pessoais de Lênin.