domingo, 18 de março de 2012

Os verdadeiros sacerdotes do templo

Os verdadeiros "sacerdotes" do templo não são os que dependem do trabalho para sobreviver, tais como muitos dos que trabalham no "templo" e fora do "templo", mas sim uma pequena elite que se locupleta do trigo do templo ao mesmo tempo em que condena os citados chamando-os de "sacerdotes" para que a gente comum, que trabalha fora do templo, clame para que sejam tirados dos ditos "sacerdotes", que na verdade são gente comum tais como ela, seu único meio de subsistência.


"Me desculpe Sr Krugman, mas os governos não são auto-suficientes. Os postos de trabalho no governo são mantidos pela produção do resto da sociedade. Se não há trigo suficiente para alimentar todos os sacerdotes no templo, é hora de demitir alguns sacerdotes, para que sobre mais trigo na mesa do camponês, e eventualmente que essas mãos também trabalhem nos campos.

Mas Krugman diria: E o comerciante que vendia relíquias religiosas para o templo? Este nem faz parte do templo e também perderá seu emprego se o templo for parcialmente fechado. As relíquias religiosas representam uma parte da riqueza desta vila, que agora irá desaparecer. E está absolutamente correto. Este comerciante existia para satisfazer... uma demanda do templo, e não da sociedade como um todo. Ou seja, mais uma mão para ser aproveitada nos campos, que vão precisar de ferramentas e manutenção, e não de relíquias religiosas. A percepçao de valor nestas relíquias não era permanente. Os horários de trabalho serão prolongados, a vila precisará esperar um número de anos para ter algum resultado positivo.

Quem sabe algum desses sacertotes, dispensado de sua rotina religiosa, não inventa uma nova técnica de produção? Isto poderia acelerar a recuperação. Ou seja, uma economia que passa por uma bolha, como é o caso da Grécia, precisa reorganizar toda sua estrutura produtiva. O processo involve muitas demissões e muito sofrimento, porque é sempre difícil se habituar com menos quando você tem mais. Mas infelizmente é o preço a pagar pela distorção que foi causada nos anos anteriores."



Entre aspas, no formato courier e em tamanho maior para diferenciar-se de minha contra-argumentação, o comentário de Juliano Torres ao texto de Paul Krugman intitulado "Deixem o cinto para lá" (o link para o texto consta logo abaixo), escrito em 12 de março de 2012 no site do Estadão, o qual, respeitosamente contestei no próprio sítio do Estadão, e também no primeiro parágrafo de meu texto.


Deixem o cinto para lá - por Paul Kurgman

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