domingo, 28 de outubro de 2012

A reeleição de Chavez - outubro de 2012

O presidente da República Bolivariana da Venezuela, Hugo Chavez, venceu mais uma eleição para a Presidência da República desse país no dia 07 de outubro de 2012, em um pleito que não teve sua legitimidade contestada nem sequer por aquela revista semanal, sediada em São Paulo, cujo nome consta de um dos modos e de um dos tempos em que o verbo ver é conjugado, nem por alguns personagens televisivos reacionários que ganham para destruir imagens e ideologias contrárias as deles (ou delas) próprios e as de seus superiores hierárquicos.
 
Mesmo em eleições e nos vários plebiscitos ou referendums anteriores em que Chavez foi o vencedor, instituições como a fundação Carter e a OEA (Organização dos Estados Americanos) atestaram a lisura das eleições e das consultas, mas os veículos de comunicação sediados no Brasil nem sempre as reconheceram. Para estes, representados por bem articulados e sapientes reacionários, especialistas em difundir mentiras e/ou meias verdades, além de caluniar, difamar e injuriar todos os que frustram seus objetivos, Chavez usou e continua usando de seu poder descomunal para perpetuar-se no poder, aplicar sua política econômica “populista” e levar o país ao caos econômico e social, omitindo nos mesmos veículos de comunicação que  as políticas econômicas aplicadas em vários países europeus atualmente os leva para esse mesmo caos - se é que a política econômica aplicada pelo governo Chavez levará a Venezuela ao caos, como dizem.
 
Durante anos, desde que o governo de Chavez iniciou sua caminhada para o que seria ou pretende ser o socialismo do século XXI - é incerto o futuro de tal socialismo quando Chavez morrer sem deixar sucessores a sua altura ou, pelo menos, um partido que se mantenha fiel aos princípios da ideologia bolivariana e socialista -, raivosos reacionários vestiram-se de pregadores do (e torcedores pelo) caos venezuelano. Secretamente ou descaradamente vibraram quando houve a tentativa de golpe de Estado contra o governo de Chavez, em abril de 2002, e voltaram a revoltar-se quando viram que tal golpe fracassara.
 
Para esses reacionários não pode mais haver qualquer governo cuja ideologia e política econômica não estejam alinhadas com a nova fase do capitalismo, caracterizada pela financeirização da economia e pela oligopolização e monopolização dos mais diversos setores econômicos, a não ser, talvez (e ainda assim somente para parte deles) por um breve interregno, após o qual possam apregoar, através de seus poderosos veículos de comunicação, que tal sistema alternativo ao sistema capitalista neoliberal fracassou por ir contra os principais pilares desse sistema.
 
 
Nos parágrafos subsequentes transcrevi alguns trechos do muito bom artigo de Luciano Wexell Severo, publicado na Carta Maior e que serviu de apoio para o pequeno texto supra. Leiam-no na íntegra acessando o link existente logo após os parágrafos abaixo ou procurem-no em algum sítio de busca digitando as palavras-chave: “Povo venezuelano derrota a oligarquia e o imperialismo” e Carta Maior.

Coloquei também um link para o bom artigo de Antonio Martins intitulado “A vitória de Chavez e seus significados”.
 
 
O objetivo deste artigo é chamar a atenção para o avanço da participação política e demonstrar que há uma tendência crescente de ampliação do apoio popular a Chávez desde a sua primeira eleição em 1998. Isto ocorre apesar da campanha dos grandes meios de comunicação do país contra o processo de mudanças. Há uma vertente de opinião no Brasil, uma farsa inventada pela Folha, pelo Globo, pela Veja, pelo Estadão, pela Zero Hora, de que Chávez tem a supremacia dos meios de comunicação. É uma afirmação patética. Na Venezuela, os grandes meios de televisão, rádios, jornais e revistas ainda seguem nas mãos da elite apátrida, liberal e pró-americana, exatamente como o Partido da Mídia Golpista (PIG) no Brasil.
 
A proposta de Reforma Constitucional de 2007 foi a primeira e única derrota eleitoral de Chávez. De maneira pouco planificada, o governo tentou aproveitar o elevado índice de popularidade do projeto bolivariano para queimar etapas. Propôs a modificação de 69 dos 350 artigos da Carta Magna de 1999. A iniciativa foi derrotada: 50,7% (4.379.392 de votos) contra 49,3% (4.504.354 de votos). Uma diferença de menos de 125 mil votos em um universo de quase 17 milhões de aptos a votar. A expectativa da oposição estava sustentada nesta vitória apertada contra a Reforma, não exatamente contra Chávez. Por um lado, a oposição apoiada pelos grandes meios de comunicação e pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos relacionou sua magra vitória na Reforma com um suposto rechaço a Chávez. Por outro lado, é possível supor que quase 3 milhões de partidários de Chávez não associaram a Reforma com o presidente. A abstenção foi de 45% e podemos dizer que nesse dia muitos chavistas simplesmente não foram votar.
 
A nova vitória do presidente, agora em 2012, amplia o horizonte das transformações estruturais da Venezuela. O governo fortaleceu o papel do Estado na economia, com maior poder para planificar e executar políticas, buscando interferir –com crescente participação popular– nos principais meios de produção. Internamente, o dinheiro do petróleo tem financiado um processo de diversificação produtiva e de fortalecimento do mercado interno, um esforço por uma industrialização soberana, a criação de novas empresas básicas e a execução de importantes obras de infraestrutura.
 
Paulatinamente, os recursos que antes eram canalizados para as companhias petroleiras ou para contas bancárias da elite privilegiada, foram transformados em ferramenta do Estado para combater a pobreza e a economia rentista, improdutiva e importadora. Externamente, os recursos do petróleo foram utilizados como instrumento para a integração latino-americana e caribenha, assim como para o impulso à construção de um mundo multipolar. A Venezuela assumiu uma nova posição em suas relações internacionais: tenta diversificar sua produção e suas exportações; diversificar as origens e os destinos do intercâmbio, não dependendo comercialmente de um só país comprador ou um só país provedor.



Povo venezuelano derrota a oligarquia e o imperialismo

A vitória de Chaves e seus significados


Sítios de notícias favoráveis ao sistema capitalista neoliberal reconhecem a vitória de Chavez na eleição venezuelana de outubro de 2012

1) Chavez é eleito para o quarto mandato seguido na Venezuela

2) EUA elogiam alta participação de venezuelanos em eleição

3) OEA atesta bom andamento das eleições na Venezuela

4) Chávez vence eleição e governará Venezuela até 2019

5) Reeleito, desafio de Chávez é se adaptar ao Mercosul


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